terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tecnologia e nostalgia...


Hoje dei uma faxina no meu quarto. Revirando e reabrindo algumas caixas encontrei alguns objetos da minha infância e adolescência. Radinho de pilha, walkman, câmera fotográfica analógica,...nossa, tanta coisa. Depois coloquei todos ao lado dos objetos mais recentes cujas funções são semelhantes e percebi...quanto avanço...

Vocês lembram do discman? E a câmera analógica? Era um tal de compra o filme, tira as fotos, coloca pra revelar..rs...e depois era aquela surpresa: "ihh, olha a cara da fulana nessa foto!"..."Essa ficou ótima!"

Nossa, as coisas estão tão mais práticas hoje, né?

Você nem precisa mais andar com um walkman, um disquete, uma câmera e um celular. Tem tudo num único aparelho...num IPhone...

Quer ver como a foto ficou? É pra já. Quer dizer...já.

E as músicas? Você consegue ter milhares dentro de um IPod! Olha que maravilha??!!

Mas sabe que ainda sinto saudade daquela época?!

Porque se pensarmos nos conteúdos, nossa! Como eram mais ricos!!

As músicas dos radinhos eram melhores; o artista conseguia causar surpresa no seu primeiro show, hoje o mundo já consegue seu cd novo antes, na internet...quer dizer...na net; as conversas ao telefone de casa tinham mais conteúdo; as fotos eram poucas, porém preciosas...hoje em dia a pessoa tira várias até ficar bem em uma. E mesmo assim, quando não se dá por satisfeita, utiliza o photoshop e faz uma plástica rapidinho na sua aparência.
Parece que perdemos a espontaneidade da nossa imagem...parece que perdemos a espontaneidade dos nossos momentos, do nosso tempo...

Ah...meus anos 80...
Mas isso é só saudade...afinal..estamos aqui conversando por um Blog, né? rs
Que venha o novo...mas que se mantenham seus conteúdos...quero dizer...nossos conteúdos!
Babi Mariano

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Uma dica de fds...


Evento que engloba shows de rock e moda, o mercado mistureba vem se consagando no cenário multicultural e boêmio do Rio de Janeiro, a Lapa! Geralmente acontece no teatro odisséia, todo primeiro domingo do mês. Mas as vezes este evento também migra pra botafogo e em edições extras, como esta.
Esta edição do dia 4 vem com uma proposta bem diferente das que os frequentadores estão acostumados e que certamente será um sucesso!
Eu recomendo e vou..hehe
bjus

domingo, 28 de setembro de 2008



Confesso que chorei...



No início desse mês assisti ao filme "O mistério do samba".
O documentário, apresentado por Marisa Monte, traz a história da velha guarda da Portela, escola de samba nascida no subúrbio do Rio de Janeio, mais especificamente entre os bairros de madureira e oswaldo cruz.
A apresentação de seus integrantes, seus cotidianos, composições e histórias é feita através de uma narrativa tão delicada e emocionante que, mesmo que você nunca tenha sequer escutado um samba desta escola, inevitavelmente é levado para seu universo e seduzido por suas letras e melodias.
Ouvir Marisa Monte e Paulinho da Viola juntos com integrantes da Velha Guarda da Portela contando num só tom seus sambas de notas tristes, melodias arrastadas e finais esperançosos foi uma experiência memorável. E vc? Já assistiu? O que achou?

Clarice Lispector - medo da eternidade


Pro pessoal do Rio, o CCBB está com uma exposição sobre a vida e a obra de Clarice Lispector, que faz 30 anos desde que deixou este plano.

A exposição ficará até 5 de outubro de terça a domingo, das 10 às 21 horas com entrada gratuita.

Ainda não fui...volto pra comentar...

...mas deixo aqui uma de suas crônicas pra gente sentir um gostinho de sua obra ...


Medo a eternidade


Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.
Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: - Como não acaba? - Parei um instante na rua, perplexa.
- Não acaba nunca, e pronto.
- Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta.
- Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
- E agora que é que eu faço? - Perguntei para não errar no ritual que certamente deveira haver.
- Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.
- Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
- Acabou-se o docinho. E agora?
- Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da idéia de eternidade ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atrevessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
- Olha só o que me aconteceu! - Disse eu em fingidos espanto e tristeza. - Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
- Já lhe disse - repetiu minha irmã - que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.


LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984. p. 446-8.

sábado, 27 de setembro de 2008

Falando em sensibilidade...


Amo!

Camelo...



Essa semana comprei o cd solo do Marcelo Camelo. Começando título do cd, vc já sente a continuidade do clima de sensibilidade dele.

A primeira vez que ouvi suas músicas foi no youtube...comecei por "janta"...nossa...que música linda! Melodia suave, letra melódica e a dupla é de uma sintona ímpar.

Mas alguns minutos depois ouvi "santa chuva". Já conhecia através da interepretação de Maria Rita...minha mãe adora essa música. Mas acho que foi necessário o Marcelo cantá-la pra me despertar aquela paixãozinha que sentimos por uma música que nos faz ouvi-la um milhão, novecentos e noventa e nove mil vezes, sabe? rsrs

O cd todo é de uma tranquilidade...de uma sensibilidade ...que dá vontade de colocá-lo no sonzinho da trilha sonora de sua vida. Não sei se vocês têm essa doideira...rs...mas eu queria muito q minha vida tivesse uma...

O único problema é que assim como na época do Los Hermanos...ele continua aguçando meu lado melancólico. Na verdade nem sei se as músicas deles eram ou se as do Camelo são...mas é assim que elas caem em mim. Mas não é nada patológico...rs
Enfim, recomendo!